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Vazão do Rio das Antas superou cálculos probabilísticos mais pessimistas de engenharia

Rio das Antas subiu a níveis extraordinários com correnteza violenta. Vazão superou estimativa de recorrência de dez mil anos.

Atualizado em 11/09/2023 às 10:09, por Equipe SMO.

Vazão do Rio das Antas superou cálculos probabilísticos mais pessimistas de engenharia

Rio das Antas subiu a níveis extraordinários com correnteza violenta. Vazão superou estimativa de recorrência de dez mil anos.

Um dado espantoso revela como foi absurdamente extrema a cheia do Rio das Antes que levou à cheia histórica e de enormes proporções do Rio Taquari nos vales, causando uma destruição imensa de destruição com dezenas de pessoas mortas e um número elevado de desaparecidos.

A UHE (Usina Hidrelétrica de Energia) Castro Alves, mantida pela CERAN (Companhia Energética Rio das Antas) tem uma vazão média de longo período de 162 metros cúbicos por segundo. Já a chamada vazão decamilenar (10 mil anos) estimada por complexos cálculos de engenharia é de 9.011 metros cúbicos por segundo. Na segunda-feira (4/9), a UHE Castro Alves teve vazão afluente registrada de 9.783 metros cúbicos por segundo às 18h.

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A vazão afluente espantosa do fim da tarde de segunda-feira, portanto, ficou acima da vazão decamilenar projetada. A vazão decamilenar é aquela cujo período de retorno ou tempo de recorrência (TR) estimado de 10.000 anos. Isso significa que, em teoria, o valor pode ser igualado ou superado a cada dez mil anos, pelas estimativas de probabilidade.

A probabilidade de ocorrência deste evento é igual ao inverso do TR, ou seja, 0,01%. Não significa que choveu ou equivalente a dez mil anos ou que há dez mil anos já havia registro de chuva, mas que a vazão alcançada atingiu o que a Engenharia estimava que poderia ocorrer com um período de retorno de cada dez mil anos.

De acordo com a MetSul Meteorologia, acumulados de chuva de 200 mm a 400 mm atingiram grande parte da Metade Norte gaúcha no começo deste mês. Estação meteorológica particular chegou a anotar 390 mm na região de Passo Fundo. Várias outras estações da região com registros confiáveis indicaram mais de 300 mm entre o Alto Jacuí, o Planalto Médio e os Campos de Cima da Serra.

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Os acumulados extraordinários de chuva em curto período nas nascentes do sistema Taquari-Antas somados aos volumes enormes de chuva ao longo de toda a bacia com córregos e pequenos rios que desembocam no rio, e ainda as características de calha do Antas e do Taquari entre morros na Serra, acelerou enormemente as águas até desembocar nos vales, levando às enchentes repentinas e catastróficas por onde passava o rio. Tratou-se, assim, de um fenômeno singular e de muito difícil ocorrência de precipitação que gerou vazão acima das estimativas mais pessimistas.

O que diz a Ceran

“A Ceran se solidariza com toda a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul. Desde o início do evento vem tomando as ações cabíveis junto ao poder público e cumprindo todos os protocolos para garantir a integridade das barragens e, por consequência, a segurança da população.

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Na última segunda-feira, 04 de setembro, o Rio das Antas atingiu a vazão mais alta desde a construção das usinas e uma das maiores vazões que se tem registro, tratando-se de um desastre natural de grandes proporções.

Infelizmente, as barragens não conseguem reduzir altas afluências e mitigar os impactos no entorno do rio, pois as barragens da Ceran possuem vertedouro do tipo soleira livre e tem a característica “a fio d’água”, ou seja, não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo do rio, pois todo o excedente de água passa por cima da barragem.

Durante as cheias monitoramos em tempo real todas as estruturas, que em nenhum momento, apresentaram anomalias que indicassem risco de rompimento, o que não levou ao acionamento das sirenes de emergência. Reforçamos que todos os protocolos de segurança de barragem foram cumpridos durante o evento, incluindo as comunicações com as Defesas Civis dos municípios, que atuaram junto à população.

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A Ceran segue trabalhando para fornecer todas os esclarecimentos ao poder público, de forma a dar a transparência e tranquilidade de que todas as obrigações e responsabilidades foram cumpridas”.