Durante este sábado, trabalhadores denunciaram condição envolvendo pelo menos 10 pessoas em condições consideradas análogas à escravidão na Linha Rosita. Este não é o primeiro registro de trabalhadores sendo submetidos a condições análogas à escravidão em São Marcos

Na manhã deste sábado (25), a Brigada Militar atendeu uma denúncia envolvendo trabalho em condições análogas à escravidão. Um homem de 61 anos compareceu à sede da corporação para informar que dois jovens argentinos, de 19 e 29 anos, pediram carona na estrada da Linha Rosita, no interior do município, relatando que estavam sendo submetidos a condições degradantes em uma propriedade localizada na Linha Nossa Senhora do Carmo (Rosita Fundos).

Agentes da Polícia Federal se deslocaram até o local indicado, onde constatou a veracidade das denúncias. A contratante, uma mulher de 36 anos, foi identificada. Ela já possui antecedentes criminais por ameaça e injúria. Durante a vistoria inicial, os agentes verificaram que a casa onde os trabalhadores estavam alojados apresentava condições precárias de habitabilidade, sem encanamento adequado para banheiro e com infraestrutura insuficiente para moradia e trabalho digno. No local, além dos dois jovens que denunciaram a situação, viviam mais 10 pessoas em condições semelhantes.

Todos os envolvidos foram encaminhados para a sede da Polícia Federal em Caxias do Sul, responsável pela condução do caso. Na ocasião, os agentes federais informaram que farão uma diligência à propriedade para averiguar detalhadamente as condições relatadas pelos trabalhadores. Até o momento, o cultivo agrícola explorado na propriedade não foi identificado.

Histórico de casos em São Marcos

Este não é o primeiro registro de trabalhadores sendo submetidos a condições análogas à escravidão em São Marcos. Em 2024, 18 trabalhadores, todos de nacionalidade argentina, foram resgatados em situações semelhantes no município. O histórico de casos levou São Marcos a se tornar uma das cidades mais monitoradas na região da Serra Gaúcha em relação a esse tipo de crime.

O caso será acompanhado pelas autoridades competentes, e novas atualizações devem ser divulgadas após a inspeção na propriedade.