/apidata/imgcache/db746b92d4b56a00aaf7d89589a197c7.png
/apidata/imgcache/6489286f0535723f1bc933597a4c23f2.png
/apidata/imgcache/b57034c3e59176a09cbbea646c22583a.png

Os Caminhos da Água: água potável para todos

São Marcos possui eficientes sistemas de distribuição. Corsan e parcerias da prefeitura com comunidades asseguram água de qualidade para consumo humano A partir de hoje, publicaremos uma série de três reportagens mostrando o panorama da distribuição da água potável em São Marcos.

Atualizado em 23/04/2024 às 09:04, por Equipe SMO.

Os Caminhos da Água: água potável para todos

São Marcos possui eficientes sistemas de distribuição. Corsan e parcerias da prefeitura com comunidades asseguram água de qualidade para consumo humano

A partir de hoje, publicaremos uma série de três reportagens mostrando o panorama da distribuição da água potável em São Marcos. Além de mostrar o funcionamento dos três sistemas existentes, a série objetiva demonstrar a importância de preservar os recursos hídricos para a manutenção do abastecimento.

A primeira reportagem mostra como funciona a Solução Alternativa Coletiva (SAC, os poços comunitários rurais).

Também mostramos o empenho da comunidade de Zamoner para conquistar o sonhado poço coletivo e minimizar os efeitos da estiagem.

/apidata/imgcache/c9086ef94dad4d18574aac51a8a0b2ce.png

Sem risco de desabastecimento

Em tempos de estiagens constantes e prolongadas, o abastecimento de água para consumo humano é tema frequente nas rodas de conversa. Neste terceiro verão seco, São Marcos ainda não corre risco de desabastecimento, tampouco de racionamento. A cidade possui sistemas eficientes que levam água potável aos estimados 21,756 mil moradores (IBGE). O município possui três formas de abastecimento de água para consumo humano:

  1. Sistema Corsan (com 89,45% da população alcançada)
  2. Solução Alternativa Coletiva (SAC, são 13 poços comunitários, com 2,2 mil pessoas beneficiadas)
  3. Solução Individual (poços domésticos, 0,17% da população)

As três modalidades de extração de água e de abastecimento formam o grande sistema hídrico que assegura água potável para todos. Cada um dos três modelos depende dos outros. Ou seja, a palavra de ordem é preservar, preservar, preservar.

/apidata/imgcache/1bdafa2166b14962cb7735c80fd0ebfb.png

Treze comunidades têm água potável

Nos próximos meses entra em funcionamento o 14º poço comunitário, em Zamoner, a provar que o sistema SAC funciona e é bem-vindo (leia abaixo). Foto: Portal SMO

Treze comunidades rurais de São Marcos são abastecidas com água potável, por meio da Solução Alternativa Coletiva (SAC). São regiões não alcançadas pelo serviço público da Corsan. No total, esses poços artesianos abastecem 1.013 famílias, ou cerca de 2,2 pessoas. Essa modalidade de distribuição de água é antiga no município. Pedras Brancas, o único distrito de São Marcos, possui poço próprio há mais de quatro décadas. Nos próximos meses entra em funcionamento o 14º poço comunitário, em Zamoner, a provar que o sistema SAC funciona e é bem-vindo (leia abaixo).

/apidata/imgcache/1fd4dd12a135f2a49158fe1f91cb23cf.png

Não basta, porém, perfurar o solo e sair oferecendo água aos vizinhos. A SAC é um programa regulamentado em 2004 pelo Ministério da Saúde. As regras são rígidas e universais, valem para todo o território nacional. Às prefeituras cabe auxiliar na implantação dos poços novos e, especialmente, exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em parceria com os responsáveis pelos sistemas, e fiscalizar a potabilidade e salubridade da água. Em São Marcos, esse trabalho junto às comunidades é executado graças a uma parceria das secretarias municipais da Saúde e do Meio Ambiente.

Há uma série de itens que devem ser observados para que o poço comunitário seja considerado apto para consumo. Ou, se você preferir, que a água seja potável, efetivamente. As regras são determinadas pelo Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, o Vigiagua, também do Ministério da Saúde.

/apidata/imgcache/521ec81c01718c180929d2b052e93fce.png

Análises periódicas

Para São Marcos, o Vigiagua fornece 11 testes de água por mês. O número de análises mensais é proporcional à população da cidade. A análise também inclui o Sistema da Corsan. Como a cidade possui 13 poços e apenas 11 testes, nem todos pontos são analisados mensalmente, exceto a Corsan, devido ao grande volume de consumidores. Na média, a água de cada poço é analisada três vezes ao ano.

As amostras são coletadas em torneiras abastecidas pela Corsan e pelo interior por equipes da Vigilância Ambiental, braço da Secretaria da Saúde.

A água coletada é enviada ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do RS (Lacen), em Caxias do Sul. Entre outros pontos, é analisada a potabilidade, a existência de coliformes fecais, o cloro residual, etc.

Em contrapartida, as associações possuem contrato com empresa especializada, responsável pelas análises de controle de tratamento da água e monitoramento diário do cloro residual.

/apidata/imgcache/6ab4f0e8b4287808ccf7582ab7f7b6fd.png

O trabalho é criterioso. O resultado das análises é inserido no Sisagua, programa do Vigiagua aberto à consulta pública. Desse modo, o Ministério da Saúde consegue monitorar a qualidade das águas consumidas Brasil afora.

Conscientização

As amostras são coletadas em torneiras abastecidas pela Corsan e pelo interior por equipes da Vigilância. Foto: arquivo Vigilância

Segundo a fiscal sanitária da Vigilância Ambiental em Saúde e responsável pelo Vigiagua SAC em São Marcos, Daiane Alves, demorou anos até que as regras do Ministério da Saúde fossem entendidas e acatadas por todos os moradores.

/apidata/imgcache/41c488d9a57a79f3e217093acf806621.png

“Foram mais de 10 anos reuniões, conversas e parcerias entre a comunidade e o poder público. Juntos, conseguimos garantir acesso à agua tratada e de qualidade a 99,83% da nossa população, e isso é uma conquista que nem todos os municípios podem comemorar”, reforça Daiane.

Atualmente, todas as 13 comunidades aderiram ao programa e submetem a água dos poços às regras do Vigiagua e atendem as regras da legislação pertinente ao tema.

“É um trabalho de conscientização, de formiguinha. Esse modelo de São Marcos é bom, nem todos municípios conseguiram adotá-lo. Gosto muito dessa forma de organização: não isenta 100% a comunidade, mas também não isenta 100% o município. É uma parceria comunitária em que a responsabilidade é compartilhada”, define a fiscal sanitária.

Zamoner está em contagem regressiva

O poço artesiano de Zamoner está perfurado, atinge 210 metros de profundidade. Rasador (à direita) mora a 500 metros do poço, mas a rede de distribuição vai se estender por um raio de 1,5 km até atingir toda a vizinhança. Foto: Portal SMO

A SAC é o sistema adotado por comunidades rurais não atendidas pelo serviço público de água (Corsan). Os moradores constituem sociedade, com CNPJ e estatuto, e devem ter um responsável técnico. Também cabe às comunidades instalar a rede de distribuição, os hidrômetros, a rede elétrica, a parte operacional, efetuar as taxas de cobrança.

A prefeitura projeta e perfura o poço, testa a vazão e a potabilidade e, por fim, entrega o projeto de rede de distribuição. Os custos com canos são da comunidade. A prefeitura entra com maquinário para abrir valetas e outras providências.

Os moradores de Zamoner estão às voltas com um poço próprio para obter água. Em convênio com o governo do Estado, a prefeitura obteve R$ 70 mil. O plano é atender 17 famílias, entre moradores fixos e proprietários de sítios. Hoje, todas famílias dependem de nascentes, mas as estiagens têm comprometido essas fontes.

O produtor rural Flaviano Rasador é um dos moradores de Zamoner à frente da obra do poço.

 “As vertentes estão baixando, temos de poupar água”, conta Rasador.

Água potável em julho

O poço artesiano de Zamoner está perfurado, atinge 210 metros de profundidade. Rasador mora a 500 metros do poço, mas a rede de distribuição vai se estender por um raio de 1,5 km até atingir toda a vizinhança.

Os moradores não veem a hora de ter água potável e em abundância, visto que nos últimos anos a comunidade perfurou sete poços, mas não obteve sucesso na prospecção de água. De lá para cá, as estiagens têm piorado o cotidiano progressivamente. 

Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Fabiano Varela, nos próximos dias a prefeitura fará o teste de vazão do poço. Na sequência, fará a análise de potabilidade da água para determinar se é própria para consumo humano. Por fim, a prefeitura fará o projeto da rede e ocorrerá a implantação dos canos, paga pela comunidade.

O reservatório de água potável, cuja capacidade ainda está indefinida, será instalado perto da igreja de Zamoner, num ponto alto da localidade. A água do poço será bombeada morro acima até a caixa e, dali, distribuída aos moradores por gravidade.

O plano é concluir o poço e ter água própria em julho.

Comunidades atendidas por poços coletivos
Localidade Famílias beneficiadas
Linha Tiradentes 45
Tuiuti25
Rio Redondo106
Polidoros 25
Zambicari 55
Rosita\Santana170
Santo Henrique40
São Roque130
Morro Carraro\Bela Vista 36
Pedras Brancas120
São Jacó60
Travessão Miotto 81
Fátima\Edith120
Zamoner* 17
*A partir de julho
Tabela elaborada pelo Portal SMO

Leia amanhã:

Como é o serviço prestado pela Corsan.

Conheça também Antoninho Novello, o homem que tomou o primeiro copo de água do poço comunitário de Pedras Brancas, 42 anos atrás. Foto: Gilberto Blume