Número de pacientes tratados em oncologia no Rio Grande do Sul aumentou quase 50% em 3 anos
Isso se refletiu em uma queda no percentual de tratamentos de casos em estágio avançado e na presença de metástases. As quimioterapias paliativas passaram de 35,7% dos casos em 2019 para 34% no ano passado Nos últimos três anos, o número de pacientes tratados em oncologia no Rio Grande do Sul aumentou de 20.

Isso se refletiu em uma queda no percentual de tratamentos de casos em estágio avançado e na presença de metástases. As quimioterapias paliativas passaram de 35,7% dos casos em 2019 para 34% no ano passado
Nos últimos três anos, o número de pacientes tratados em oncologia no Rio Grande do Sul aumentou de 20.529 em 2020 para 30.041 em 2023. Portanto, isso representa um crescimento de 46% na oferta de tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse incremento resultou em uma redução nos tratamentos para casos em estágio avançado e na presença de metástases. Por exemplo, as quimioterapias paliativas diminuíram de 35,7% dos casos em 2019 para 34% no ano passado. Tais avanços destacam a importância do novo Plano de Atenção para o Diagnóstico e o Tratamento em oncologia, publicado este mês pela Secretaria da Saúde (SES).
Além disso, o número de cirurgias oncológicas também apresentou um aumento significativo. Passou de 4.433 em 2020 para 6.362 em 2023, uma alta de 43,5%. Houve uma elevação no início dos tratamentos oncológicos até 30 dias após o diagnóstico. Isso aumenta as chances de sucesso, enquanto os atendimentos com mais de 60 dias tendem a diminuir.
Inca prevê 52,6 mil novos casos no país no triênio de 2023 a 2025
O novo Plano, já pactuado pela Comissão de Gestores Bipartite (CIB), atualiza os parâmetros necessários para o atendimento do câncer no SUS. Em sua quinta atualização, a última realizada em 2020, o documento alinha-se à nova legislação do Ministério da Saúde para a habilitação de novos serviços em oncologia. Além disso, ele atende às projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O Inca prevê 52,6 mil novos casos no país no triênio de 2023 a 2025. No Rio Grande do Sul, a estimativa é de 52.620 novos casos, com destaque para o câncer de pele não melanoma, que apresenta a maior incidência.
“Estamos conseguindo atender mais pessoas em um tempo menor, tratando e reduzindo os atendimentos paliativos”, destacou Lisiane Fagundes, diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada (Dgae). “São indicadores positivos para a população e resultado do trabalho conjunto entre o Estado e os municípios. Além disso, também houve apoio do Tribunal de Justiça para o atendimento em oncologia. O Plano reflete um esforço técnico significativo”, completou.
Mortalidade por Câncer
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer foi a principal causa de óbitos prematuros (entre 30 e 69 anos) no mundo em 2019. No Brasil, desde 2003, o câncer ocupa a segunda posição entre as causas de morte. Entretanto, em 2020, devido à pandemia de covid-19, ficou em terceiro lugar. No Rio Grande do Sul, a mortalidade por câncer entre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) aumentou de 17.679 em 2014 para 19.335 em 2022. Assim, tornou-se a principal causa de óbitos em 168 dos 497 municípios.
Portanto, o aumento significativo no número de tratamentos oncológicos pelo SUS no Rio Grande do Sul, aliado ao novo Plano de Atenção para o Diagnóstico e o Tratamento do Câncer, reflete uma resposta robusta às necessidades de saúde da população. Consequentemente, a atualização contínua dos parâmetros de atendimento é crucial para enfrentar as mudanças epidemiológicas e tecnológicas.
Envelhecimento da oopulação
Parte do aumento de casos de câncer no Estado pode ser atribuída ao alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Sul, que resulta em uma maior expectativa de vida e, consequentemente, uma maior incidência de neoplasias malignas. “Com o envelhecimento populacional, as estimativas de casos de câncer tendem a aumentar. Precisamos nos preocupar com a mortalidade e com o diagnóstico precoce e tratamento”, afirmou Anne Braido, especialista em Saúde do Dgae.
Plano de atenção ao câncer
O Plano de Atenção ao Câncer define critérios como território, população coberta e produção mínima de procedimentos. Também aborda o acesso a serviços especializados em cada região do Estado. O plano observa mudanças epidemiológicas, como o câncer de pulmão, que se tornou a principal causa de morte entre as mulheres. Isso reflete hábitos de décadas passadas, como o aumento do tabagismo.
“A rede de saúde é dinâmica, exigindo atualizações tecnológicas, epidemiológicas e de serviços”, explicou Braido. “O aumento do câncer de pulmão entre as mulheres está relacionado ao hábito de fumar nas décadas de 1960 e 1970. Agora, isso se reflete no número de casos”, concluiu.
O novo Plano de Atenção para o Diagnóstico e o Tratamento do Câncer representa um avanço significativo no combate à doença. Ele visa melhorar o atendimento e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos no Rio Grande do Sul.
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