Mpox: conheça sintomas e tire principais dúvidas sobre a doença
Com aumento de casos, doença passou a ter alerta global pela OMS A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente que a mpox no continente africano constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional.

Com aumento de casos, doença passou a ter alerta global pela OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente que a mpox no continente africano constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional. Esse é o nível mais alto de alerta da OMS, indicando um risco significativo de disseminação global e a possibilidade de uma nova pandemia. A decisão reflete a preocupação com o aumento alarmante de casos e mortes, principalmente na República Democrática do Congo (RDC), onde a doença tem sido reportada há mais de uma década.
A Situação Atual na África
Em 2024, os casos de mpox na África já superaram o total registrado em 2023, com mais de 14 mil infecções e 524 mortes até agora. A situação é especialmente grave na RDC, que declarou uma epidemia da doença em 2022. Em 2023, o número de infecções triplicou, atingindo 14,6 mil notificações e 654 mortes. Este ano, entre janeiro e julho, as autoridades relataram mais de 12,3 mil casos suspeitos, afetando 23 províncias.
A OMS também destacou a circulação de uma variante mais perigosa do vírus, a variante 1b, que apresenta uma taxa de letalidade superior a 10% entre crianças pequenas. As autoridades identificaram essa variante na África Central, e sua alta mortalidade está causando grande preocupação, especialmente quando comparada à variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, que tinha uma taxa de letalidade inferior a 1%.
O Que é Mpox?
O vírus Monkeypox causa a mpox e pode se espalhar entre pessoas, além de, ocasionalmente, transmitir-se do ambiente para pessoas através de objetos e superfícies contaminadas. O contato com animais selvagens infectados, como macacos e roedores, também pode resultar em transmissão. A doença se caracteriza por uma erupção cutânea semelhante a bolhas ou feridas, que dura de duas a quatro semanas. Outros sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados.
Transmissão e grupos de risco
O vírus da mpox se espalha principalmente por contato próximo, incluindo contato pele a pele, relações sexuais, beijos e até por gotículas respiratórias em curta distância. A transmissão ocorre até que todas as lesões formem crostas e essas caiam, dando lugar a uma nova camada de pele. O vírus pode persistir em superfícies e objetos contaminados, o que aumenta o risco de infecção.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém infectado corre o risco de contrair a doença. Recém-nascidos, crianças, pessoas imunodeprimidas e profissionais de saúde formam os grupos mais vulneráveis. A mpox também se transmite durante a gravidez, colocando em risco tanto a mãe quanto o feto.
Sintomas e tratamento
Os sintomas da mpox podem variar de leves a graves. Em alguns casos, no entanto, a doença pode ser fatal. Além disso, os quadros graves podem incluir lesões disseminadas, infecções bacterianas secundárias e complicações sérias, como encefalite, miocardite e pneumonia. Portanto, o tratamento geralmente envolve cuidados com a pele e, em alguns casos, o uso de antivirais, como o tecovirimat (TPOXX). Esses antivirais ajudam a reduzir a gravidade das lesões e, consequentemente, aceleram a recuperação.
Prevenção e vacinação
Para reduzir o risco de infecção, a OMS recomenda, primeiramente, evitar o contato próximo com pessoas infectadas. Além disso, é essencial utilizar máscaras e luvas ao manusear roupas ou objetos contaminados e, é claro, lavar as mãos regularmente. Em áreas onde a mpox é endêmica, também é aconselhável evitar o contato com animais selvagens e, mais importante, cozinhar bem a carne antes do consumo.
Embora existam vacinas contra a mpox, a imunização em massa, no entanto, não é recomendada neste momento. Em contrapartida, a vacinação é indicada apenas para pessoas em alto risco de exposição, como profissionais de saúde e indivíduos que tiveram contato próximo com pacientes infectados. Por exemplo, o Brasil está negociando a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina.
A Situação Global
Entre 2022 e 2023, a mpox já havia sido declarada uma emergência global devido à propagação do vírus em diversos países. O número de casos relatados atingiu o pico em agosto de 2022 e começou a diminuir até abril de 2023. Contudo, o ressurgimento e a evolução da doença na África, com variantes mais letais, levaram a OMS a renovar o alerta.
A mpox representa uma ameaça significativa à saúde global, especialmente em regiões com acesso limitado a cuidados médicos. A declaração de emergência pela OMS visa mobilizar recursos internacionais para controlar a disseminação do vírus e evitar uma nova pandemia. A vigilância contínua, medidas de prevenção rigorosas e vacinação direcionada são essenciais para enfrentar este desafio de saúde pública.