Justiça suspende fornecimento de mercadorias por cantina na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul
Cantina que atua no interior da PECS foi suspensa por suspeita de irregularidades contratuais. Entre as irregularidades identificadas, destaca-se a venda de itens como bolachas recheadas e chás fora dos padrões permitidos, que podem ser usados para introdução de ilícitos. A decisão não impacta a alimentação básica dos presos, que continuará sendo fornecida pelo Estado.

Cantina que atua no interior da PECS foi suspensa por suspeita de irregularidades contratuais. Entre as irregularidades identificadas, destaca-se a venda de itens como bolachas recheadas e chás fora dos padrões permitidos, que podem ser usados para introdução de ilícitos. A decisão não impacta a alimentação básica dos presos, que continuará sendo fornecida pelo Estado.
A Juíza Patrícia Moschen Brustolin Fagundes, da 2ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Caxias do Sul, determinou nesta segunda-feira (18) a suspensão do fornecimento de mercadorias por uma empresa de alimentos na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (PECS). A medida será mantida até que as irregularidades apontadas na execução contratual sejam sanadas, conforme previsto no contrato com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).
Segundo a magistrada, inspeções realizadas pela 2ª VEC constataram a falta de controle sobre os produtos comercializados nas cantinas da unidade prisional, desvirtuando o propósito do contrato e comprometendo a segurança. “A proibição de determinados itens visa proteger tanto a população carcerária quanto os servidores públicos. A entrada descontrolada de produtos cria um ambiente propício ao fortalecimento de organizações criminosas, colocando em risco a segurança dos apenados e da administração”, declarou.
Entre as irregularidades identificadas, destaca-se a venda de itens como bolachas recheadas e chás fora dos padrões permitidos, que podem ser usados para introdução de ilícitos. Produtos de higiene e limpeza com embalagens inadequadas também foram apontados como problemáticos, pois podem camuflar materiais proibidos.
A decisão não impacta a alimentação básica dos presos, que continuará sendo fornecida pelo Estado.
Gestão e condições precárias
A juíza também confirmou mudanças na administração da penitenciária, que será liderada pelo Delegado Penitenciário Aguilar Ávila e pelo Coordenador Operacional Henrique Zanatto, ou por servidores indicados por eles.
Desde a última quinta-feira (14), a PECS está interditada devido à superlotação e à precariedade das instalações elétricas, que representam risco à integridade de presos, servidores e visitantes.
Patrícia destacou que as falhas na gestão e as condições insalubres contribuem para a submissão de presos em situação de vulnerabilidade econômica às facções criminosas. “A prática de fornecer itens básicos em troca de filiação às organizações reflete o descontrole e agrava o cenário de insegurança no sistema prisional”, afirmou.
A suspensão das mercadorias segue como uma medida corretiva até que a empresa contratada atenda integralmente às normas do contrato administrativo e à legislação vigente.