Junho vai terminar e julho vai começar com muito frio
Nos próximos 10 a 15 dias, cenário será favorável ao ingresso de ar polar, com muitos dias de temperatura baixa e formação de geada Junho vai terminar e julho vai começar com muito frio no Sul do Brasil.

Nos próximos 10 a 15 dias, cenário será favorável ao ingresso de ar polar, com muitos dias de temperatura baixa e formação de geada
Junho vai terminar e julho vai começar com muito frio no Sul do Brasil. Uma massa de ar frio de origem polar de trajetória continental vai avançar pelo interior da América do Sul e derrubará a temperatura ainda em parte do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, chegando até mesmo a pontos do Norte (friagem).
O frio rigoroso de inverno ocorrerá na sequência de semanas de temperatura acima a muito acima da média no Centro-Sul do Brasil com marcas excepcionalmente altas para esta época do ano.
Porto Alegre teve o seu dia mais quente de junho em 114 anos de medições, São Paulo desde o começo do mês teve temperatura à tarde acima da média em quase todo os dias e os primeiros 25 dias do mês anotaram média máxima
Porto Alegre somente anotou mínimas abaixo de 10ºC nos dias 1º e 4 de junho, assim na primeira semana do mês. No restante de junho, as noites foram predominantemente de temperatura mínima superior à climatologia de junho.
Uma das causas – porém não a única – para o junho de temperatura muito acima da média no Centro-Sul do Brasil foi o comportamento da chamada Oscilação Antártica (AAO) que esteve negativa no começo do mês, coincidindo com os dias frios do início de junho, e depois deu um grande salto para valores positivos.
Virada de junho para julho será marcada pelo frio: previsão da oscilação antártica
A tendência agora é que a Oscilação Antártica sofra um acentuado declínio com valores negativos no fim de junho e no começo de julho, condição que, historicamente, favorece o ingresso de ar frio nas latitudes médias e, portanto, no Sul do Brasil.
É exatamente o que espera. O ar frio represado no Sul do continente com temperatura excepcionalmente baixa nas últimas semanas na Patagônia da Argentina e no Sul do Chile, até com marcas recordes e uma quantidade enorme de neve, vai finalmente conseguir avançar até o Brasil com dias gelados neste final de junho e no começo de julho.
O que é a oscilação antártica
A denominada Oscilação Antártica ou Modelo Anular Sul ou Meridional é uma das mais importantes variáveis de teleconexão que impacta as condições no Brasil e no Hemisfério Sul, tanto na chuva como na temperatura. Do que se trata? Trata-se de um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. Conforme o cinturão de vento se contrai ou se expande, muda o cenário de ingresso de ar frio avançando pela América do Sul.
A Oscilação Antártica tem duas fases. A positiva e a negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador, obviamente sem atingir a faixa equatorial. Com a maior ondulação da corrente de jato na fase negativa cresce a chance de que ocorram eventos de frio mais intenso no Cone Sul da América e em outras áreas mais meridionais dos continentes do Hemisfério Sul como o Sul da África, Austrália e Nova Zelândia.
Com a Oscilação Antártica adentrando terreno negativo, abre-se o chamado “corredor polar” que favorece não apenas uma maior frequência de ingresso de massas de ar frio como agrava o potencial de irrupções de ar mais gelado nas latitudes médias do continente, capazes de trazer dias muito gelados ou frios no Centro da Argentina, Uruguai, Paraguai e o Centro-Sul do Brasil.
Assim, nos próximos 10 a 15 dias o cenário será mais favorável ao ingresso de ar polar com altíssima frequência de dias de temperatura baixa e com formação de geada no Sul do Brasil. Alguns dias, como devem ser os deste fim de semana e o começo da segunda, tendem a ser gélidos.