O grupo conta com mais de mil membros e compartilha dados sobre operações policiais na região de Santa Cruz do Sul e Pantano Grande. Ele foi detido pelo crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, previsto no artigo 265 do Código Penal. Esse crime prevê pena de reclusão de um a cinco anos e multa.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, na noite desta segunda-feira (17), um homem de 50 anos, apontado como o principal responsável por informar, em tempo real, os deslocamentos de viaturas policiais em um grupo de WhatsApp chamado “Avisos de Blitz e informações da PRF RIO PARDO”. O grupo conta com mais de mil membros e compartilha dados sobre operações policiais na região de Santa Cruz do Sul e Pantano Grande.

A prisão ocorreu por volta das 20h, no quilômetro 214 da BR-290, em Pantano Grande. Segundo a PRF, o acusado trabalhava próximo à rodovia e utilizava sua posição privilegiada para monitorar e relatar os deslocamentos da polícia. Ele gravava áudios informando os membros do grupo sobre fiscalizações, blitzes e ações policiais, dificultando o trabalho das forças de segurança.

Crime e impactos na segurança pública

O homem, natural de Rio Pardo, possui antecedentes por ameaça, lesão corporal e homicídio doloso. Ele foi detido pelo crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, previsto no artigo 265 do Código Penal. Esse crime prevê pena de reclusão de um a cinco anos e multa.

Os alertas compartilhados pelo suspeito comprometiam diretamente operações policiais e investigações em andamento. Em um dos casos registrados, ele avisou que a PRF estava a caminho de Encruzilhada do Sul para verificar uma tentativa de assalto a um caminhão. Dessa forma, o acusado pode ter alertado os próprios criminosos, prejudicando a atuação das autoridades.

Na noite da prisão, ele chegou a repassar informações sobre todos os deslocamentos da PRF na região, inclusive relatando quando os policiais estavam parados na unidade operacional. No momento da captura, seu celular foi apreendido para perícia.

Após ser conduzido à Delegacia de Polícia de Pantano Grande, o homem prestou depoimento e foi liberado. A Polícia Civil agora investiga se ele tem ligação com organizações criminosas ou se suas ações eram motivadas apenas pelo intuito de dificultar a fiscalização policial. O nome do acusado não foi divulgado.