Não está descartada a implementação de política no ano que vem

O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 16, que não retomará o horário de verão neste ano. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comunicou a decisão após a conclusão dos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

— Na reunião final com o ONS, concluímos que não precisamos decretar o horário de verão para este período. A segurança energética está garantida — afirmou Silveira.

Embora tenha descartado a medida para este ano, o ministro deixou aberta a possibilidade de reavaliá-la em 2025. Segundo ele, o governo voltou a considerar o horário de verão uma política pública relevante em tempos de crise energética.

— Podemos reavaliar essa política após o verão. Eu defendo o horário de verão como uma medida positiva para o país, e ele pode voltar no futuro — declarou.

Estiagem e impacto econômico

O governo cogitou a volta do horário de verão por causa da seca e do aumento no consumo de energia. No entanto, o início do período chuvoso e a resistência de setores, como o aéreo, que precisariam ajustar suas operações, enfraqueceram a proposta. A indústria também alertou sobre o impacto econômico, enquanto os setores de turismo e gastronomia apoiaram a medida.

— A medida ajudaria o sistema elétrico em momentos críticos, combinando a estiagem com o calor e o aumento do consumo nos horários de pico — explicou o ministro.

Os maiores picos de consumo acontecem no meio da tarde, pressionando a rede elétrica. Para compensar a economia prevista com o horário de verão, estimada em R$ 400 milhões, o MME pediu ao ONS estudos sobre alternativas viáveis.

Decisão estratégica

O governo decidiu que o horário não voltará neste ano, pois considerou a medida desnecessária. Além disso, qualquer decisão sobre o tema só poderia ser tomada após o segundo turno das eleições, marcado para 27 de outubro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro extinguiu o horário de verão em 2019. Agora, o governo avalia retomar a política nos próximos anos, caso as condições energéticas e econômicas justifiquem sua implementação.