Medida será bancada por maior taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil

Em pronunciamento em cadeia nacional na noite desta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo vai isentar do Imposto de Renda (IR) trabalhadores com salários de até R$ 5 mil por mês. A medida, que integra a segunda etapa da reforma tributária, será enviada ao Congresso junto com um pacote de corte de gastos obrigatórios.

Haddad garantiu que a isenção não vai impactar as contas públicas, pois o governo planeja compensar a perda de receita com uma taxação maior para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. “Estamos construindo um Brasil mais justo, com menos imposto e mais dinheiro no bolso para investir no pequeno negócio, impulsionar o comércio local e fortalecer as cidades”, afirmou o ministro.

Sem impacto fiscal e seguindo padrões internacionais

A proposta, conforme explicou Haddad, foi elaborada com base em práticas internacionais. O objetivo é corrigir desigualdades do sistema tributário brasileiro sem gerar aumento de despesas públicas. “Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados”, enfatizou o ministro.

Além disso, Haddad destacou que a iniciativa complementa a reforma tributária do consumo, aprovada no ano passado. Essa reforma está atualmente em fase de regulamentação no Congresso Nacional. Vale ressaltar que essa primeira etapa da reforma prevê a simplificação de tributos e a redução da carga sobre produtos básicos, incluindo itens da cesta básica e carne.

Redução de desigualdades tributárias

O ministro explicou que as mudanças no IR, junto com a reforma tributária do consumo, corrigem uma “inaceitável injustiça tributária”. Ele afirmou que essa desigualdade aumenta a disparidade social no país. “Grande parte do povo brasileiro deixará de pagar Imposto de Renda e impostos sobre produtos da cesta básica”, declarou Haddad.

O governo vai enviar ao Congresso a proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Os parlamentares vão analisar e discutir a medida nos próximos dias. Se aprovarem a proposta, ela aliviará a carga tributária sobre trabalhadores das classes média e baixa e aumentará a arrecadação entre as faixas de maior renda.