Fibromialgia, o que podemos fazer para amenizar essa dor?
Quebrar o ciclo da dor pode ser difícil e desafiador e apenas quem convive com uma dor crônica sabe o quanto delicada é essa experiência. Saiba mais no artigo da psicóloga Joana Helena Siota. A dor está relacionada à uma das funções principais do nosso organismo, atuando como uma forma de alerta.

Quebrar o ciclo da dor pode ser difícil e desafiador e apenas quem convive com uma dor crônica sabe o quanto delicada é essa experiência. Saiba mais no artigo da psicóloga Joana Helena Siota.
A dor está relacionada à uma das funções principais do nosso organismo, atuando como uma forma de alerta. Em quadros como a fibromialgia, uma doença reumatológica crônica, a dor acaba perdendo a sua função de alerta e compromete a qualidade de vida de quem a possui. Sensibilidade e dor em vários pontos do corpo são acompanhados por sintomas de prejuízo no sono, fadiga, dores de cabeça, problemas de memória e quadros de saúde mental como depressão e ansiedade.
Conviver diariamente com uma dor crônica se torna desgastante física e emocionalmente e faz com que a pessoa que convive com esta doença se sinta desmotivada e desesperançosa.
A fibromialgia causa dores psicológicas e comportamentais para além das dores físicas. Pesquisas indicam que a dor não é uma simples resposta do organismo, mas que também sofre influência dos nossos pensamentos e sentimentos; ou seja, é processada pela nossa percepção. Em outras palavras, nossos pensamentos, emoções e a atenção que damos à dor podem fazer com que ela se intensifique ou diminua. A dor é real, mas parte do seu tratamento consiste em reduzir sintomas complementares que possam acentuar ainda mais os desconfortos e sintomas típicos da doença.
Para isso, são necessários alguns cuidados importantes:
- Conheça a fibromialgia e seus sintomas. Conheça “de trás para frente” seu corpo e como a doença age nele. Entenda que a forma como organiza e planeja a tua rotina pode aumentar a sua qualidade de vida, o que lhe dará autonomia e motivação para o tratamento.
- Busque conhecer e identificar a forma como pensa sobre a doença e sobre a dor. Pessoas que costumam ver a dor como uma situação “sem saída” acabam desistindo de tentar estratégias que poderiam ajudar a viver com mais qualidade e mais satisfação.
- Comunique a sua dor de forma que sua rede de apoio possa lhe amparar e lhe dar suporte. Você não precisa enfrentar tudo sozinho, compartilhar o que sente e encontrar apoio é base importante para alívio do que sente.
- Não perca o contato e a interação com pessoas queridas. Interagir e ter uma vida social ativa contribui para a melhora do humor e dos pensamentos.
- Aprenda a direcionar a atenção da dor para outro foco que te ajude a manejar a rotina e os dias mais difíceis, respeitando seus limites, mas mantendo uma vida produtiva e com autonomia. Se for difícil fazer isso sozinho, procure ajuda profissional.
- Não deixe de fazer as coisas que são importantes em função da doença. Novamente: respeite seus limites, mas siga incluindo na rotina atividades prazerosas e relaxantes.
Quebrar o ciclo da dor pode ser difícil e desafiador e apenas quem convive com uma dor crônica sabe o quanto delicada é essa experiência. Porém, entender como ela interfere em outras áreas de “suporte” da vida permitem que o paciente ataque as dores por outras vias e possa encontrar alívio ao longo dos dias.

Joana Helena Siota é psicóloga Clínica (CRP 07/26158), Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental com formação em Psicologia Cognitivo-Comportamental Infantil e Adolescente. Também tem formação em Psicologia Escolar e em Programação Neurolinguística, além de formação em Intervenção Familiar