Fevereiro começa com quase metade das cidades gaúchas em emergência por estiagem
Os níveis de diversos rios baixaram e alguns municípios passaram a racionar água. O mês de janeiro marcou um agravamento ainda maior da estiagem no Rio Grande do Sul com um salto no número de municípios em situação de emergência para 218.

Os níveis de diversos rios baixaram e alguns municípios passaram a racionar água.
O mês de janeiro marcou um agravamento ainda maior da estiagem no Rio Grande do Sul com um salto no número de municípios em situação de emergência para 218. As perdas no setor primário se acentuaram com quebra significativa na cultura de milho e perda de produtividade na soja. Os níveis de diversos rios baixaram e alguns municípios passaram a racionar água.
O calor contribuiu para agravar a estiagem com muitos dias de temperatura elevada e marcas significativamente acima da média no Oeste do Rio Grande do Sul. Houve dias em que estações particulares anotaram mais de 40ºC, embora não tenha havido registro nas oficiais.
Fevereiro é o mês mais quente ou segundo mais quente do ano na maioria das áreas do Centro-Sul do Brasil pelas normais da climatologia histórica. O último mês do verão climático (trimestre dezembro a fevereiro) marca, assim, o auge da estação com muitos dias quentes e chuva principalmente de natureza convectiva, ou seja, associada ao quente e úmido.
No Sul do Brasil, historicamente, o mês não costuma ser muito chuvoso na maioria das áreas. A exceção é para o Leste de Santa Catarina, do Paraná e às vezes o extremo Nordeste gaúcho por conta da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, um canal de umidade que se origina na Amazônia, passa pelo Centro-Oeste e chega ao Sudeste. Às vezes, a inclinação da ZCAS traz chuva abundante para áreas mais ao Leste do Sul do Brasil, exceto o Litoral Sul gaúcho.
CHUVA EM FEVEREIRO
Fevereiro, como mês do auge do verão, tem a comum irregularidade da chuva com significativa variabilidade nos totais de chuva de uma área para outra. Em um mês, ponto de um município pode ter muita chuva e outros baixos volumes de precipitação. Os volumes são determinados demais por pancadas que são isoladas.
Neste fevereiro, assim como nos últimos três anos, o mês começa com chuva mais irregular do que o normal com valores abaixo das médias históricas e déficit de precipitação em muitas áreas do Rio Grande do Sul que vê a estiagem piorar com a maior parte da umidade concentrada sobre o Brasil e ar mais seco do Rio Grande do Sul para o Sul no continente.
A MetSul Meteorologia projeta para fevereiro um mês mais chuvoso que janeiro na maioria das cidades do Rio Grande do Sul, mas é difícil pontuar um padrão de chuva abaixo, ao redor ou acima da média para todo o estado gaúcho. A chuva será “manchada” (mal distribuída), mas com volumes mais altos que nos últimos dois meses na maioria dos municípios, em momento crítico para a cultura de soja.
Isso porque a nossa previsão é que a chuva varie enormemente em volumes no mês, o que fará com que a precipitação em fevereiro acabe acima da média e abaixo da climatologia em municípios dentro de uma mesma região geográfica do território gaúcho. No dia 28 de janeiro, bairros mais ao Norte de Porto Alegre tiveram apenas 8 mm enquanto pontos mais ao Sul da cidade anotaram até 84 mm.
Deve persistir o padrão de janeiro em que os estados de Santa Catarina e do Paraná registram chuva mais frequente e volumosa que o Rio Grande do Sul. Por isso, cidades mais ao Norte gaúcho tendem a registrar pancadas mais frequentes.
A previsão da MetSul é de um mês com temperatura acima da média em grande parte do Sul e do Sudeste do Brasil. No Sudeste, fevereiro deve ser mais quente que janeiro e com dias muito abafados. No Sul, fevereiro deve seguir com temperatura acima da média em muitas localidades.