Espetáculo teatral “Odila” será apresentado em Criúva no próximo dia 19 de agosto
Apresentações gratuitas trazem como tema a sobrevivente de uma das maiores tragédias de Caxias do Sul, a explosão da empresa Gazola, que completa 80 anos em 2023 Em meio à Segunda Guerra Mundial, em julho de 1943, Caxias do Sul (RS) viveu uma das maiores tragédias da sua história.

Apresentações gratuitas trazem como tema a sobrevivente de uma das maiores tragédias de Caxias do Sul, a explosão da empresa Gazola, que completa 80 anos em 2023
Em meio à Segunda Guerra Mundial, em julho de 1943, Caxias do Sul (RS) viveu uma das maiores tragédias da sua história. Sucessivas explosões na Metalúrgica Gazola, que fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros, vitimou fatalmente seis operárias, que trabalhavam no local. O foco do espetáculo é uma de suas sobreviventes, Odila Gubert, que aos 20 anos teve o rumo de sua vida totalmente alterado ao perder a perna direita no grave acidente.
Com sete apresentações gratuitas distribuídas entre bairros e distritos do município, a primeira delas será no sábado, dia 19 de agosto, em Criúva, no salão da comunidade, às 19h30.
Encenado pela atriz Tina Andrighetti, que também é diretora e uma das pesquisadoras da peça, o espetáculo conta a vida da jovem cidadã caxiense. De acordo com ela, o mesmo representa um fragmento desse acontecimento, dentre tantos outros que compuseram aquele dia. “Odila teve seus sonhos ceifados por essa tragédia, numa época em que ainda se desconsiderava a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, que representavam apenas mais uma peça na engrenagem da produção. Esse acontecimento está inteiramente entrelaçado com a história da nossa cidade. Mais que tudo, é uma história demasiadamente humana. A jovem Odila, que perdeu uma perna na tragédia, viu-se sujeita a uma vida de sacrifícios e de pouco amparo legal, com apoio incondicional apenas de sua família”, aponta.
“Odila” foi inicialmente montado em 2016, como parte do Projeto Identidades, dando partida à proposta de levar à cena histórias reais. Em 2023, completa-se 80 anos da explosão e 20 anos da morte de Odila Gubert, o que provocou a retomada das atividades da peça com uma agenda de apresentações privilegiando o caráter popular da obra. “Para a nossa equipe, esse é um momento fundamental para relembrarmos e honrarmos sua memória. Não como uma comemoração, mas um acontecimento que marque essa tragédia como um fato importante a ser conhecido e (re)lembrado, também por ser indissociável à nossa própria história e da cidade.
Levar a história ao conhecimento de mais uma parte da população e relembrar os fatos a tantas outras pessoas que já os conheceram, constitui-se num valor inestimável pois, ao falarmos sobre, alimentamos a memória coletiva, social e cultural”, explica a diretora.
As apresentações serão realizadas no salão da comunidade de cada localidade, sempre às 19h30.

Confira a agenda do espetáculo “Odila”:
- Dia 19/08: Criúva
- Dia 30/09: Vila Cristina
- Dia 07/10: Vila Seca
- Dia 20/10: Sala de Teatro Valentim Lazarotto / Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
- Dia 21/10: Vila Oliva
- Dia 11/11: Bairro Petrópolis
- Dia 02/12: Santa Lúcia do Piaí
Sobre a tragédia:
Em 22 de julho de 1943, sucessivas explosões ocorreram no principal pavimento da fábrica de munições Gazola, Travi & Cia e vitimaram sete funcionárias, as quais perderam sua vida ao cumprirem o dever “pelo esforço de guerra”: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Olívia Gomes, Irma Zago, Maria Bohn, Tereza Morais e Anoema da Costa Lima, reconhecida como vítima somente em 2018. A tragédia deixou ainda 15 feridos, sendo que uma delas foi Odila Gubert, 20 anos, porém sua vida tomou outro rumo, contrário aos sonhos alimentados até então. Ela teve a perna direita amputada e permaneceu três meses e meio internada devido aos ferimentos. A empresa, encampada pelo Exército, fabricava artefatos bélicos para os combatentes brasileiros e, naquele dia, cerca de vinte operárias – com idades entre 14 e 20 anos, fabricavam munições no pavilhão. Recém consolidados, os direitos trabalhistas ainda careciam de igualdade entre homens e mulheres e também de cumprimento efetivo.
Ficha Técnica:
- Direção e atuação: Tina Andrighetti
- Supervisão de Dramaturgia/Cena: Tefa Polidoro
- Pesquisa: Paula Cervelin Grassi e Tina Andrighetti
- Preparação cênica e musical: Gutto Basso
- Cenário: Roberta Tiburri
- Figurino: Letícia Milani
- Sonoplastia: Marielle da Rosa Costa
- Iluminação: Juarez Barazetti
- Produção: Gabriel Zeni
- Captação de Imagens: Marcelo Costa
- Duração: 60 minutos
- Classificação etária: + 12 anos
- Financiamento: LIC Municipal
- Empresas apoiadoras: Super Pneus e Fundação Marcopolo
Mais informações:
Palavra Assessoria Estratégica de Comunicação
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