Inicialmente a escola vai integralizar o 8º e o 9º ano do ensino fundamental e o 1º ano do ensino médio. Em 2025 entram o 6º, 7º, 8º, 9º, 1º e 2º ano do ensino médio, e em 2026, então, finaliza a integralização

Em um esforço contínuo para oferecer uma educação de qualidade e mais abrangente aos estudantes, o governo do Estado do Rio Grande do Sul está expandindo sua rede de escolas em tempo integral. Com o compromisso de atingir a marca de 550 escolas nessa modalidade até 2026, o estado está dando passos significativos para alcançar essa meta ambiciosa.

Para o ano letivo de 2024, que se inicia em 19 de fevereiro, a rede estadual passará a contar com 205 escolas de Ensino Médio em tempo integral, um aumento significativo em relação às 111 escolas que ofereciam essa modalidade até o ano passado.

Um dos aspectos mais notáveis dessa expansão é a inclusão dos anos finais do Ensino Fundamental em tempo integral. Das 205 instituições que oferecem Ensino Médio em tempo integral, 71 delas estenderão essa modalidade para os anos finais, do 6º ao 9º ano. Um exemplo é a Escola João Pilati, localizada em Criúva, que abraça essa nova abordagem educacional a partir deste ano. Atualmente a escola atende 110 alunos entre ensino fundamental e médio.

Greici Brochetto, diretora da Escola João Pilati, explica como está sendo o processo de implementação do ensino em Tempo Integral na instituição. Ela destacou que o convite da Seduc foi aceito após aprovação da comunidade escolar em assembleia, ressaltando a importância do apoio dos pais, professores e demais membros da comunidade. “O nosso convite chegou através da Seduc (Secretaria de Educação) no ano passado, em junho ou julho, mas a gente tinha que passar pela aprovação da comunidade escolar. No final do ano, então, a gente fez uma assembleia com pais, e a comunidade escolar de modo geral, aceitou, eles aderiram à proposta junto com a gente”, explica Greici

O projeto, baseado na metodologia da Escola da Escolha, prioriza o protagonismo do estudante e uma gestão democrática, com ênfase na diversificação da matriz curricular para promover a prática e o protagonismo dos alunos. Apesar dos desafios e momentos de angústia, a diretora enfatizou o compromisso da equipe em proporcionar uma oportunidade única de aprendizado e crescimento para os estudantes, demonstrando confiança no sucesso da proposta e na capacidade da equipe em enfrentar os desafios que surgirão.

Greici destaca ainda a importância da integralidade na educação em tempo integral, enfatizando que não se trata apenas de passar nove horas na escola, mas sim de proporcionar uma experiência educacional completa que aborda as necessidades emocionais e intelectuais dos alunos. A diretora destacou a importância da educação em tempo integral, ressaltando que os alunos passam nove horas na escola, incluindo os momentos de refeição. Além disso, mencionou a importância da presença da família e o compromisso da equipe escolar em oferecer um ambiente de aprendizado acolhedor e atento às necessidades dos alunos. A diretora também destacou que o modelo de educação não se trata de uma escola piloto, mas sim de um processo contínuo de aprendizado e melhoria.

A direção explica que o processo de integralização será gradual. Em 2024 o 8º e o 9º ano do ensino fundamental e o 1º ano do ensino médio serão em tempo integral. Em 2025 o 6º, 7º, 8º, 9º, 1º e 2º ano do ensino médio, e em 2026, então, finaliza a integralização do ensino fundamental, séries finais e ensino médio.

Na proposta de Ensino Médio em tempo integral adotada pelo RS, são ofertadas nove horas de aulas diárias, que compõem matriz curricular própria que totaliza 1,5 mil horas de atividades por ano e 4,5 mil horas até a conclusão da etapa. Nos anos finais do Fundamental que funcionam em turno integral, a jornada diária aumenta de 4h30min para 9h. 

“O legal é que nessa proposta, nós não somos escola piloto, porque as escolas pilotos já aconteceram. As matrizes já foram testadas. A escola, hoje, ela faz parte da implementação do ensino integral. Porque já tiveram testes, então, o modelo da escola está embasado em erros que aconteceram, que foram melhorados, foram modificados, para que as escolas que estão ingressando agora, elas consigam, sim, fazer um trabalho legal, um trabalho diferente.”, complementa Greici.

A diretora expressou sua felicidade com a implementação do projeto, destacando que, apesar dos desafios e das preocupações, acredita que será uma oportunidade única para os estudantes e para a escola. Ela enfatizou o comprometimento da equipe em dar o melhor aos alunos, mostrando-se confiante e esperançosa em relação à proposta, mesmo diante do trabalho árduo que os aguarda.

A iniciativa coloca o estudante e seu projeto de vida como centro do modelo pedagógico e traz, além da Formação Geral Básica, componentes curriculares como Projeto de Vida, Mundo do Trabalho, Cultura e Tecnologias Digitais, Protagonismo Juvenil, Estudos Orientados, Iniciação Científica, Itinerários Formativos, práticas experimentais multidisciplinares e aprofundamento com componentes eletivos escolhidos pelos alunos. Também são oferecidas quatro refeições diárias para a permanência do estudante ao longo do dia na escola. A João Pilati será a primeira escola de Ensino Médio em Tempo Integral de Caxias.

O modelo de ensino em Tempo Integral do Ensino Médio Gaúcho visa a formação integral dos estudantes, a partir de uma proposta pedagógica multidimensional, conectada à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas socioemocionais.