É preciso ter expectativas realistas: nenhuma criança obedece 100% do tempo
.

A psicóloga Joana Helena Siota traz algumas sugestões para melhorar o relacionamento rotineiro entre pais e filhos
Crianças não se comportam mal ou desobedecem para atacar os pais ou para zangá-los, mas se comportam assim porque não conseguem seguir as ordens dadas, ainda não sabem fazer o que os pais pediram, não entendem por que devem fazer o que foi mandado ou não prestaram atenção ao que foi solicitado.
Os comportamentos infantis têm sempre o objetivo de alcançar algo que a criança deseja, contudo, precisamos lembrar que elas não têm a maturidade (psicológica ou cognitiva) que nós adultos temos e tampouco possuem habilidades desenvolvidas por completo para se expressar. Ainda não desenvolveram autocontrole e a capacidade para adiar gratificações.
Por exemplo, quando você manda seu filho tomar banho e ele insiste em seguir com as brincadeiras ao invés de seguir sua ordem, ele não está te desafiando, está apenas querendo continuar algo que está prazeroso e não quer parar isso para fazer algo que não lhe interessa no momento. Nós adultos já compreendemos que muitas vezes precisamos pausar coisas prazerosas e divertidas para dar conta de algum compromisso e mesmo sem vontade às vezes, assim fazemos (isso faz parte do amadurecimento).
O objetivo de educar seu filho(a) não deve se concentrar em fazer com que ele(a) obedeça a tudo sem questionar – o questionamento é uma característica que o permitirá ser obstinado e determinado na vida adulta – mas sim ajudá-lo(a) a desenvolver julgamento adequado e autocontrole frente às situações do dia a dia.
Independente da idade, a criança precisa e merece receber uma abordagem respeitosa para que possa ser cooperativa e seguir o que foi solicitado. Como nós adultos, ela também tem mais motivação para escutar e se comportar de acordo com o que é pedido se ela for abordada com calma, gentileza e puder entender o motivo daquilo que terá que fazer.
Para isso, você é quem deve dar o passo inicial. Ao dar uma ordem ou fazer um pedido ao seu filho, procure seguir estas etapas:
1) Chame seu filho (a) pelo nome.
2) Estabeleça contato visual e não dê ordens à distância.
3) Dê a ordem de maneira clara e firme, mas sempre respeitosa (procure se colocar no lugar da criança e escutar a forma como costuma falar com ela).
4) Dê uma ordem por vez. Se precisar, peça que ele(a) volte a falar com você quando finalizar a primeira parte.
5) Ofereça explicações breves da necessidade da realização da atividade.
6) Peça que ele(a) repita a ordem para verificar se ela foi compreendida.
7) Se ele (a) realizar a ordem, reforce-o com elogios e com palavras de reforço.
Implantando essas sugestões como uma forma de relacionamento rotineiro, tenho certeza que colherá bons resultados na interação diária com teu filho(a).
Joana Helena Siota é psicóloga Clínica (CRP 07/26158), Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental com formação em Psicologia Cognitivo-Comportamental Infantil e Adolescente. Também tem formação em Psicologia Escolar e em Programação Neurolinguística, além de formação em Intervenção Familiar