Na última noite uma ação frustrada resultou em mais um animal abatido a tiro e degolado no pasto. Ladrões abandonaram o campo diante da movimentação de moradores na estrada. Em dois anos já foram sete animais abatidos conforme produtores daquela região

Na madrugada desta sexta-feira (9), mais um caso de abigeato (roubo de gado) foi registrado na comunidade de São Jacó, interior de São Marcos. Desta vez, os criminosos invadiram uma propriedade rural, arrebentaram cercas e abateram um animal, mas não conseguiram levá-lo devido à movimentação de moradores nas proximidades. O crime deixou os produtores da região ainda mais apreensivos, já que essa é apenas uma de uma série de ocorrências registradas nos últimos dois anos.

De acordo com relatos anônimos de um dos moradores, os ladrões agem de forma semelhante em todos os casos: os animais são abatidos no local, degolados e esquartejados, deixando para trás apenas partes como cabeça, pescoço, patas e vísceras. “Eles levam tudo com o couro, não deixam rastro”, desabafou o produtor, destacando que a localidade já contabiliza 7 cabeças de gado roubadas de 2023 para cá.

Além dos prejuízos com o gado, os criminosos causam danos às propriedades, cortando cercas novas e invadindo terrenos vizinhos. “Eles não têm medo. Roubaram na frente de uma chácara cheia de câmeras. Os caras não estão mais se importando”, relatou o morador, que afirmou já ter registrado várias ocorrências na delegacia.

Frustração e medo entre os produtores

A sensação de impunidade têm deixado os moradores desanimados. Na última tentativa de furto, os criminosos chegaram a cruzar com vizinhos pela estrada, mas fugiram antes de concluir o crime. “Se não fosse o movimento na estrada, teriam levado mais um”, lamentou o produtor, que prometeu registrar um novo boletim de ocorrência na segunda-feira (12), incluindo fotos do animal e dos estragos nas cercas.

A reportagem apurou que nesses dois anos a região tem sido alvo constante de abigeatários, com relatos de roubos em propriedades vizinhas no mesmo período. Os criminosos agem com ousadia, invadindo até mesmo áreas próximas a residências. “Tá um horror isso aqui. Não sei mais o que fazer”, desabafou o morador, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

O que diz a autoridade?

A reportagem do São Marcos Online entrou em contato com a delegacia local para saber sobre as investigações. Conforme o delegado titular da DP de São Marcos, os casos não são considerados tão frequentes, como o que está ocorrendo em Flores da Cunha, por exemplo. Keller afirma que há uma linha de investigação em andamento em toda região e que há indícios de que seja a mesma quadrilha de abigeatários, que eventualmente atua em São Marcos e Criúva também. O delegado reforça a importância do registro policial.

A situação expõe a vulnerabilidade da zona rural e a necessidade de reforço na segurança nestas propriedades. Enquanto os criminosos não forem identificados e punidos, a comunidade teme que os prejuízos – e o medo – só aumentem.