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Compulsões: quando a ação atropela a palavra

Geralmente as compulsões encontram forma de expressão no corpo por meio das oralidades: comida, álcool, cigarro, drogas, fala excessiva, entre outros compulsão é uma insistência na repetição em ato de alguma demanda por elaboração psíquica que não encontra forma de representação.

Atualizado em 07/12/2022 às 09:12, por Equipe SMO.

Compulsões: quando a ação atropela a palavra

Geralmente as compulsões encontram forma de expressão no corpo por meio das oralidades: comida, álcool, cigarro, drogas, fala excessiva, entre outros

compulsão é uma insistência na repetição em ato de alguma demanda por elaboração psíquica que não encontra forma de representação. Essa demanda, para a psicanálise, encontrará possibilidade de elaboração por meio da palavra, ou seja, tratamento: a psicoterapia. A repetição do ato compulsivo não está a serviço de uma satisfação, mas de um gozo inconsciente que serve para aliviar momentaneamente e desviar do foco do
conflito psíquico. Geralmente as compulsões encontram forma de expressão no corpo por meio das oralidades: comida, álcool, cigarro, drogas, fala excessiva, também na sexualidade (masturbação excessiva, sexo compulsivo que pode ser desprotegido, traições conjugais), nos jogos, nas compras, também na internet nas buscas por conversas nos aplicativos e mídias.

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As pessoas podem conviver por anos com sintomas compulsivos e, dependendo do funcionamento delas, não tomar consciência do impacto em suas vidas. Isso acontece por causa da personalidade e estrutura psíquica que mobilizará mecanismos de defesa adaptativos (mais flexíveis) ou não. Mecanismos de defesa são construções psíquicas que auxiliam a mente a se proteger de coisas indesejáveis. Ao longo da vida o indivíduo pode utilizar-se e construir mecanismos de defesa que lhe permitam viver melhor, pois a realidade (a vida) muitas vezes é dolorosa e pode levar a compulsões como forma de lidar com certos momentos de crise. Logo, uma pessoa que passou por alguma situação de crise (perda de emprego, por exemplo) poderá intensificar sintomas compulsivos ligados geralmente a quadros de transtornos (como bipolaridade). Há também formas de funcionamento em que o sujeito sente algum grau de culpa que está atrelada ao ato repetitivo da compulsão na qual ele cede. Cede porque faz e percebe que não escolheu (conscientemente) fazer. Compra e se sente mal, chega em casa com as sacolas de roupas e pensa que não precisava (ou não podia ter gastado) e experimenta a culpa.

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Muitas vezes os pacientes chegam ao tratamento com outras queixas, como sintomas depressivos ou ansiedade e, ao longo do processo trata-se a compulsão como um dos sintomas que trazem prejuízos a vida daquela pessoa. O tratamento da compulsão em psicoterapia acontece com o entendimento dos sentimentos e pensamentos que se ligam ao ato de consumir compulsivamente. Na história de vida de cada um há inúmeras marcas psíquicas que são responsáveis pela forma como pensamos o mundo e como nos vemos e nem sempre os caminhos construídos são os mais adaptativos. Na psicoterapia pensa-se e aprende-se a agir de forma mais saudável para não repetir de maneira estática comportamentos prejudiciais a si e aos que convivem conosco.

Artigo da psicóloga Carina Perozzo