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Catástrofe e Compromisso: ODS como Guia para a Reconstrução do RS

O Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes de maio de 2024, enfrenta um momento crucial: reconstruir com resiliência e sustentabilidade. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU oferecem um guia essencial para essa jornada.

Atualizado em 08/06/2024 às 10:06, por Equipe SMO.

Catástrofe e Compromisso: ODS como Guia para a Reconstrução do RS

O Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes de maio de 2024, enfrenta um momento crucial: reconstruir com resiliência e sustentabilidade. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU oferecem um guia essencial para essa jornada. Confira no artigo de Rossana Parizotto, Coordenadora Geral Movimento Nacional ODS RS

Ao abraçar os ODS, o Rio Grande do Sul tem a oportunidade de reconstruir-se de forma mais justa, verde e próspera. A união de esforços do governo, da sociedade civil e do setor privado é crucial para alcançarmos esse objetivo. Juntos, podemos construir um Rio Grande do Sul mais forte, mais resiliente e mais sustentável para as futuras gerações.

Apresento algumas sugestões de como os ODS podem colaborar com a reconstrução do estado:

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ODS para uma Reconstrução Resiliente:

ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: Investir em infraestrutura resiliente, como sistemas de drenagem aprimorados, reservatórios e áreas permeáveis, mitiga os riscos de eventos climáticos extremos.
ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável: Práticas agrícolas sustentáveis, como plantio direto e rotação de culturas, garantem a segurança alimentar e reduzem a erosão do solo.
ODS 15 – Vida Terrestre: A conservação de áreas úmidas e florestas regula o fluxo de água, protege a biodiversidade e mitiga inundações.
ODS 3 – Saúde e Bem-estar: Programas de assistência social e psicológica, abrigos temporários e serviços de saúde mental apoiam a recuperação emocional das comunidades afetadas.
ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação: Estabelecer protocolos de resposta a desastres, treinar equipes de emergência, alocar recursos de forma transparente e garantir a participação pública na tomada de decisões são essenciais para uma resposta eficaz e equitativa.

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Exemplos Inspiradores:

Houston, Texas: Recuperação após o furacão Harvey

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Em 2017, o furacão Harvey devastou Houston, Texas, causando inundações generalizadas e bilhões de dólares em danos. Foi um golpe devastador para a cidade, mas também foi um momento de mudança. Nas sequelas do furacão, Houston se comprometeu a tornar sua infraestrutura mais resiliente a inundações. A cidade expandiu seus reservatórios de água para acomodar mais água da chuva e atualizou seus sistemas de drenagem para movimentar a água com mais eficiência. Também foram construídos novos diques e muros de contenção e as casas em áreas de alto risco de inundações foram elevadas ou compradas. Essas medidas tiveram um impacto significativo. Em 2019, quando a tempestade tropical Imelda atingiu Houston, a cidade foi capaz de evitar inundações graves. O sucesso de Houston é um modelo para outras cidades que enfrentam o risco de inundações. Mostra que é possível construir comunidades resilientes que podem resistir até mesmo às tempestades mais fortes.

Aqui estão algumas das maneiras pelas quais Houston se tornou mais resiliente a inundações:
Expansão dos reservatórios de água: A cidade ampliou seus reservatórios de água em 2,5 bilhões de galões para acomodar mais água da chuva.

Atualização de sistemas de drenagem: Houston atualizou seus sistemas de drenagem para mover a água com mais eficiência. Isso incluiu a instalação de novas tubulações, bombas e estações de bombeamento.

Construção de novos diques e muros de contenção: Novos diques e muros de contenção foram construídos para proteger áreas de alto risco de inundações.

Elevação ou compra de casas em áreas de alto risco de inundações: Casas em áreas de alto risco de inundações foram elevadas ou compradas e demolidas.

Essas medidas ajudaram a proteger Houston de inundações futuras e tornaram a cidade um modelo para outras comunidades que enfrentam o risco de inundações.

A rodovia 45 de Houston, antes e depois do ‘Harvey’ em 2017. GETTY/REUTERS

Cidades Esponja: Soluções Verdes para um Futuro Sustentável

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Em meio ao crescimento urbano acelerado e às mudanças climáticas, cidades como Wuhan e Xuzhou na China estão buscando soluções inovadoras para lidar com os desafios da gestão da água. O conceito de “Cidades Esponja” surge como uma resposta promissora, utilizando infraestrutura verde para absorver a água da chuva, reduzir inundações e promover a sustentabilidade. Inspiradas por esponjas, as Cidades Esponja implementam um sistema integrado de soluções verdes que imitam os processos naturais de absorção e retenção da água.

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Tetos verdes, jardins de chuva, pavimentos permeáveis ​​e canais ecológicos são alguns exemplos dessas soluções, que transformam ruas, telhados e parques em verdadeiras esponjas urbanas.
Wuhan, uma das maiores cidades da China, se destaca como um modelo exemplar na implementação do conceito de Cidade Esponja. Ao longo de rios e lagos, a cidade integrou áreas verdes, parques úmidos e sistemas de drenagem natural, criando uma esponja gigante capaz de absorver e armazenar grandes volumes de água da chuva. Essa infraestrutura verde não apenas reduz o risco de inundações, como também melhora a qualidade do ar e da água, além de criar espaços públicos mais agradáveis ​​para os habitantes.

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Localizada em uma região propensa a secas e inundações, Xuzhou também abraçou o conceito de Cidade Esponja. A cidade revitalizou áreas degradadas, transformando-as em reservatórios naturais e zonas úmidas que retêm a água da chuva e reabastecem os lençóis freáticos. Além disso, Xuzhou investe em tecnologias de reúso de água, garantindo um uso mais eficiente desse recurso precioso. As Cidades Esponja representam um passo importante na busca por um futuro urbano mais verde, resiliente e sustentável. Ao integrar soluções inovadoras de infraestrutura verde, cidades como Wuhan e Xuzhou demonstram que é possível harmonizar o desenvolvimento urbano com a preservação ambiental, inspirando outras cidades ao redor do mundo a seguirem o mesmo caminho.

Parque dos Manguezais em Sanya, na China, um exemplo de parque alagável — Foto: Turenscape/Divulgação

Vídeo sobre as cidades esponjas

A tragédia das enchentes abre uma oportunidade para o Rio Grande do Sul se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável e resiliente. Ao abraçar os ODS, se inspirar em exemplos como as cidades-esponja da China e implementar as medidas recomendadas, o estado pode reconstruir com responsabilidade, garantindo um futuro próspero para as próximas gerações.

Acredito que, com planejamento estratégico, compromisso com os ODS, colaboração entre todos os setores da sociedade e a implementação das medidas recomendadas, o Rio Grande do Sul pode superar esse desafio e construir um futuro mais resiliente e sustentável para todos. O caminho para a reconstrução do Rio Grande do Sul será árduo, mas com os ODS como guia e a união de todos os gaúchos, podemos construir um futuro melhor para o estado.

Autora:
Rossana Parizotto
Coordenadora Geral Movimento Nacional ODS RS