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Câmara dos Deputados aprova castração química de pedófilos; proposta segue para o Senado

O projeto foi aprovado com 367 votos favoráveis, 85 contrários e 14 abstenções, e agora será encaminhado ao Senado para análise.

Atualizado em 12/12/2024 às 16:12, por Equipe SMO.

Câmara dos Deputados aprova castração química de pedófilos; proposta segue para o Senado

O projeto foi aprovado com 367 votos favoráveis, 85 contrários e 14 abstenções, e agora será encaminhado ao Senado para análise.

Em uma votação marcada por debates acalorados, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (12) a implementação da castração química como medida cumulativa à pena de prisão para condenados por crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O projeto foi aprovado com 367 votos favoráveis, 85 contrários e 14 abstenções, e agora será encaminhado ao Senado para análise.

A proposta de castração química foi inserida como um destaque durante a votação do projeto que cria o Cadastro Nacional de Pedófilos, previsto para centralizar informações de pessoas condenadas por crimes relacionados ao abuso infantil. O cadastro será gerido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e permitirá a consulta pública de dados como fotografia e qualificações dos condenados.

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Medida controversa

O texto aprovado prevê que a castração química seja realizada por meio de medicamentos inibidores da libido, seguindo regulamentações do Ministério da Saúde e observando contraindicações médicas. A proposta gerou intensos debates no plenário, expondo divergências quanto à sua eficácia e implicações éticas.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) classificou a medida como “uma farsa” e defendeu políticas públicas focadas em educação sexual, prevenção e campanhas de conscientização como meios mais eficazes para combater a violência sexual contra crianças. “Não adianta castrar um agressor, ele continuará violento de outras formas. A violência sexual está ligada ao poder, e não ao ato físico apenas”, afirmou.

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Já a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) argumentou que a castração química não protege efetivamente as crianças, dado que os crimes podem ocorrer de forma virtual ou por outros meios. “Resolver a questão peniana não resolve a cabeça do agressor”, declarou, criticando a ausência de políticas preventivas.

Por outro lado, o deputado Sanderson (PL-RS) defendeu a proposta como uma medida rigorosa para coibir casos de pedofilia. “Essa é uma medida menos gravosa do que a pena de morte, que seria ideal. A castração química dará um resultado positivo e reduzirá essa epidemia de pedofilia no país”, disse o parlamentar, mencionando exemplos de países onde a prática já é adotada, como Estados Unidos, Rússia e Polônia.

Contexto legal e novos desafios

A medida aprovada altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e complementa a Lei 15.035/2024, sancionada em novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já autorizava a consulta pública de informações de condenados por crimes sexuais contra crianças.

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Embora não exista no Código Penal brasileiro um tipo penal específico para pedofilia, os crimes relacionados ao abuso de menores são tratados como estupro de vulnerável, cuja pena mínima é de oito anos de reclusão.

A aprovação na Câmara marca um passo significativo, mas a medida ainda enfrenta desafios no Senado, onde o debate sobre a constitucionalidade, eficácia e ética da castração química deve ser retomado com mais intensidade.