/apidata/imgcache/db746b92d4b56a00aaf7d89589a197c7.png
/apidata/imgcache/6489286f0535723f1bc933597a4c23f2.png
/apidata/imgcache/82f987f3939054a6d9fc18ca763064bf.jpeg

Brasil pode eliminar câncer de colo do útero em 20 anos com novo plano de combate

Novo plano para combater câncer de colo tem foco em rastreio e vacina.

Atualizado em 06/12/2024 às 09:12, por Equipe SMO.

Brasil pode eliminar câncer de colo do útero em 20 anos com novo plano de combate

Novo plano para combater câncer de colo tem foco em rastreio e vacina. Doença é a quarta maior causa de morte no país

O câncer de colo de útero, terceiro tumor mais prevalente entre as mulheres brasileiras e quarta maior causa de morte feminina no país, pode se tornar uma doença residual em até 20 anos. Essa é a meta do novo Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero, que propõe avanços no rastreamento, tratamento e vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), principal causa da doença.

Atualmente, o Brasil registra cerca de 17 mil novos casos e 7 mil mortes anuais pela doença. Quase 100% dos casos são associados ao HPV, um vírus com mais de 200 variações, sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por 70% das ocorrências.

/apidata/imgcache/41c488d9a57a79f3e217093acf806621.png

Rastreamento mais eficiente

Entre as principais inovações do plano está a introdução de um teste molecular no Sistema Único de Saúde (SUS), em substituição ao exame preventivo tradicional (papanicolau). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse método permite detectar a persistência do HPV, um dos fatores mais relevantes para o desenvolvimento da doença. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o teste molecular pode reduzir em 46% os casos e em 51% a mortalidade por câncer de colo de útero.

Além disso, o SUS deve implementar um sistema de autocoleta para facilitar o diagnóstico, especialmente em regiões onde o acesso ao atendimento médico é mais limitado. Inicialmente, o método será adotado de forma escalonada em regiões como Norte e Nordeste, que apresentam as maiores taxas de mortalidade pela doença.

Vacinação é prioridade

A eliminação do câncer de colo do útero depende da vacinação contra o HPV. A meta é imunizar 90% do público-alvo. O grupo inclui meninas e meninos de 9 a 14 anos. Também abrange pessoas imunodeprimidas e vítimas de violência sexual.

/apidata/imgcache/c9086ef94dad4d18574aac51a8a0b2ce.png

Desde abril, o Brasil adotou o esquema de dose única. A mudança segue recomendação da OMS. O objetivo é facilitar o acesso e aumentar a cobertura vacinal.

Ainda assim, a vacinação enfrenta desafios. Entre as meninas, a cobertura média é de 81,1%. Já entre os meninos, é de apenas 56,9%.

Para 2024, o Ministério da Saúde quer reforçar as estratégias de vacinação. O foco será nos municípios com baixa cobertura. A prioridade são as regiões Norte e Nordeste.

Desafios no tratamento

Outro ponto crítico é a demora no início do tratamento após o diagnóstico. Embora a legislação brasileira determine um prazo máximo de 60 dias, mais da metade das pacientes nas regiões Norte e Centro-Oeste aguardam além desse período. Essa demora eleva as taxas de mortalidade, que superam 15% no Norte, enquanto a média nacional é de 6%.

/apidata/imgcache/1bdafa2166b14962cb7735c80fd0ebfb.png

Alinhamento com metas globais

O Brasil precisa intensificar esforços para alcançar as metas globais da OMS, que incluem rastrear 70% das mulheres em idade-alvo e tratar 90% dos casos diagnosticados. Isso exige um aumento de 56% na realização de colposcopias e de mais de 600% na quantidade de biópsias realizadas no país.

Combinando rastreamento avançado, vacinação ampliada e melhorias no tratamento, o plano busca transformar a realidade de uma doença que ainda representa um grave problema de saúde pública no Brasil.