Avaliação formativa e sua influência na eficácia da prática de ensino em física
A física é a ciência que estuda as leis fundamentais do universo e os princípios que governam o comportamento da matéria e da energia. Muitos dos conceitos físicos têm aplicação direta e prática em nossa vida cotidiana, desde o funcionamento de dispositivos eletrônicos até o movimento dos corpos e a geração de energia.

A física é a ciência que estuda as leis fundamentais do universo e os princípios que governam o comportamento da matéria e da energia. Muitos dos conceitos físicos têm aplicação direta e prática em nossa vida cotidiana, desde o funcionamento de dispositivos eletrônicos até o movimento dos corpos e a geração de energia.
A escrita deste texto surge do convite para dissertamos sobre “A relação entre avaliação e prática em sala de aula na disciplina de física”. Quando tratamos da “avaliação e prática em sala de aula”, pensamos nos conteúdos programáticos
que o professor vai ensinar e o que ele precisa saber desses conteúdos para bem ensinar; é necessário ir além, explorando instâncias das relações que os alunos estabelecem com o conhecimento. Nessa perspectiva, inegavelmente o professor
precisa saber o conteúdo que vai ensinar, mas precisa saber também como vai ensinar para os alunos aprenderem. A física é a ciência que estuda as leis fundamentais do universo e os princípios que governam o comportamento da matéria e da energia. Muitos dos conceitos físicos têm aplicação direta e prática em nossa vida cotidiana, desde o funcionamento de dispositivos eletrônicos até o movimento dos corpos e a geração de energia. Mais do que memorizar e aplicar fórmulas, o ensino de física requer uma nova visão acerca do que se deve ensinar e como se deve ensinar, almejando a formação de sujeitos críticos, capazes de compreender fenômenos, argumentar e aprender a aprender. Desse modo, a disciplina de Física é frequentemente vista como desafiadora para os alunos, e a qualidade do ensino desempenha um papel fundamental em seu sucesso.
O ensino da física envolve a resolução de problemas complexos, o que ajuda os alunos a desenvolver habilidades analíticas e de resolução de problemas. Essas habilidades são transferíveis e valiosas em muitos campos, não apenas na física. A física frequentemente desafia nossa compreensão intuitiva do mundo. Isso estimula a curiosidade dos alunos e os incentiva a pensar criticamente e a questionar o que observam. Essa atitude crítica é fundamental para o aprendizado ao longo da vida. Assim, os objetivos deste trabalho é entender como os professores de 6º ao 9º ano da Escola Municipal Demétrio Moreira da Luz, do município de São Marcos-RS, percebem a importância das atividades práticas no ensino da física; saber se utilizam tais atividades em seu cotidiano, e compreender as razões para o seu uso ou não-uso nas aulas de Ciências. Os professores, ao decidirem como desenvolver suas aulas, realizam julgamentos pessoais sobre como devem agir, avaliando crenças, valores e conhecimentos adquiridos na formação e no exercício profissional. Se o professor valoriza as atividades práticas e acredita que elas são determinantes para a aprendizagem de Ciências, possivelmente buscará meios de desenvolvê-las na escola e de superar eventuais obstáculos. “Uma aula prática é a aula que podemos levar o aluno para mostrar. Ou seja, vivenciar a teoria, pode ser uma experiência ou algo que faça o aluno manipular e ver aquilo que foi explicado em sala de aula”. As atividades práticas permitem aprendizagens que a aula teórica, apenas, não permite, sendo compromisso do professor, e também da escola, dar esta oportunidade para a formação do aluno. Os professores, ao deixarem de utilizar atividades práticas, podem estar incorporando formas de ação presentes historicamente no ensino, pautado pela abordagem tradicional, sem maiores reflexões sobre a importância da prática na aprendizagem das Ciências. Percebe-se, então, que as atividades práticas devem estar situadas em um contexto de ensino e aprendizagem em que se desenvolvem tarefas de compreensão, interpretação e reflexão. Esta forma de utilizar e compreender as atividades práticas questiona o uso da prática descontextualizada e reprodutiva, tornando-se momento de aprendizagem repleto de raciocínio e criação. “Como não temos laboratório, as atividades práticas na nossa escola são fora da sala de aula”.
Krasilchik (2004) se refere às aulas práticas como aquelas que permitem aos alunos ter contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando organismos, em geral envolvendo a experimentação. Ou seja, estas aulas possuem atividade prática. Para Krasilchik (2004), as demonstrações não são tidas como aulas práticas, uma vez que é o professor que demonstra, mesmo que exista algo concreto para o aluno. Segundo ela, demonstrações, excursões e aulas práticas pertencem a diferentes modalidades didáticas, sendo que aulas práticas requerem a participação do aluno com seu envolvimento direto na obtenção de dados. Neste sentido, as atividades práticas do tipo investigativo têm grandes possibilidades de promover esta construção, seja porque os estudantes interagem com o fenômeno, revendo seus conceitos
anteriores, seja porque a interpretação da prática requer a construção de novos conhecimentos e reorganização dos anteriores na tentativa de dar sentido ao que ocorre, havendo um processo construtivo. Quando requerem do aluno uma postura investigativa, as atividades práticas levam os alunos ao envolvimento com os fenômenos, porque podem fazer conjecturas, experimentar, errar, interagir com colegas e expor seus pontos de vista para testar a pertinência e validade das
conclusões a que chegam durante tais atividades (ZANON; FREITAS, 2007). Assim, atividades práticas investigativas conseguem integrar a parte experimental aos aspectos teóricos necessários à sua compreensão (ROSITO, 2003).
Estamos em busca de práticas avaliativas que sejam coerentes com um processo que valorize não só a aprendizagem, separadamente do ensino, mas o processo ensino aprendizagem. A avaliação como uma forma de síntese do conhecimento é um conceito fundamental na educação. Essa abordagem se concentra em reunir e consolidar o aprendizado de um aluno de maneira abrangente, a fim de avaliar sua compreensão, habilidades e competências em relação a um determinado assunto ou disciplina. “A prática da avaliação da aprendizagem em seu sentido pleno, só será possível na medida em que se estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando” (LUCKESI, 2008, p. 99), ou seja, em ambas as partes tem que haver o compromisso do ensinar e do aprender, pois é na aprendizagem, que fica na competência do professor de analisar cada ação do aluno verificando suas habilidades e através das mesmas que procuramos os significados da avaliação da aprendizagem.
O docente analisa e reflete sobre a avaliação diagnóstica, que tem como propósito a intenção de constatar se os alunos apresentam domínio ou não de determinadas atividades é nesta modalidade que o professor tem a compreensão de avaliar o aluno percebendo se está apto para novos conhecimentos. As
avaliações, como testes e provas, fornecem feedback valioso para o professor sobre o quão bem os alunos estão compreendendo os conceitos de Física. Com base nesse feedback, os professores podem ajustar suas práticas em sala de aula, identificando áreas onde os alunos estão tendo dificuldades e adaptando suas estratégias de ensino. Já a avaliação formativa tem como objetivo verificar se os alunos estão atingindo os objetivos previstos o professor analisa os resultados das atividades durante o seu desenvolvimento determinando se o educando domina cada etapa de instrução. “Através de perguntas rápidas, quizzes e exercícios de revisão, os professores avaliam o progresso dos alunos durante o processo de ensino, identificando áreas que precisam de reforço imediato”. A avaliação somativa tem como finalidade avaliar quais foram as habilidades e competências adquiridas pelo aluno ao final de um processo educacional. “Algumas avaliações permitem que os alunos demonstrem sua capacidade de sintetizar, organizar e aplicar o conhecimento que adquiriram ao longo de seu processo de aprendizado”.
Nesta perspectiva, o professor pode propor problemas na forma de pequenos experimentos a fim de permitir aos alunos realizarem um conjunto de observações, tarefas de classificações, entre outras, cabendo, ao docente, um papel de orientador da aprendizagem (CAMPANÁRIO; MOYA, 1999).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola é um espaço de aprendizagem, e qualquer espaço pode ser trabalhado a fim de ser útil a uma prática que priorize a experiência direta dos estudantes, sendo este um compromisso a ser assumido pelas escolas, não só pelos docentes da área. Atualmente, percebe-se que os estudantes têm muitas dificuldades de aprendizagem quando se depara com a disciplina Física. Saber ensinar não é fácil, mas exige uma prática constante que permita ao aluno um cenário mais agradável, abrindo caminhos para compreensão, rompendo assim um muro de dificuldades. Por fim, avaliar não é somente atribuir um grau a uma quantidade de conhecimento assimilado, ela possibilita a reflexão sobre práticas aliadas a um processo de avaliação da aprendizagem que levem o estudante a aprender a construir o seu conhecimento de Física de forma autônoma e contemporânea.
Artigo escrito pela Professora Liamara Vaz Ribeiro
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A avaliação da aprendizagem escolar: fascículo 11– Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
CAMPANÁRIO, J. M.; MOYA, A. ¿Cómo enseñar ciencias? Principales tendencias y propuestas. Enseñanza de las Ciencias, Barcelona, v. 17, n. 2, p. 179-192, 1999.
KENSKI, Vani Moreira, Repensando a avaliação da aprendizagem. In VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática. São Paulo: Papirus, 2006.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências São Paulo: EPU; EDUSP, 1987.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2008. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Tradução Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. ROSITO, B. A. O ensino de ciências e a experimentação. In: MORAES, R. (Org). Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: EDIPUCRG, 2003. p. 195-208.
SANT’ANA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética – libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 2006.
ZANON, D. A. V.; FREITAS, D. A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental: ações que favorecem a sua aprendizagem. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 93-103, 2007.