Após agricultores são-marquenses quitarem verbas rescisórias, trabalhadores resgatados no município retornaram à Argentina
Viagem de volta foi custeada pela Prefeitura de São Marcos. Dois produtores rurais de São Marcos, que se utilizaram da mão de obra dos homens efetivaram o pagamento das verbas rescisórias devidas aos resgatados.

Viagem de volta foi custeada pela Prefeitura de São Marcos. Dois produtores rurais de São Marcos, que se utilizaram da mão de obra dos homens efetivaram o pagamento das verbas rescisórias devidas aos resgatados.
No desfecho de um drama que evidencia as vulnerabilidades enfrentadas por trabalhadores migrantes, os 22 argentinos resgatados de condições análogas à escravidão em uma propriedade rural de São Marcos, no dia 31 de janeiro, finalmente concluíram seu retorno ao país de origem. Em uma operação que envolveu diversos órgãos e instituições, esses trabalhadores agora podem vislumbrar um novo capítulo em suas vidas.
O deslocamento dos trabalhadores, que foi custeado pela prefeitura de São Marcos, teve seu desfecho nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, quando os últimos integrantes do grupo embarcaram. O adolescente de 16 anos concluiu o retorno um dia antes, acompanhado pela Assistência Social de Caxias do Sul. O jovem foi encaminhado aos órgãos de proteção da infância e ao combate ao tráfico de pessoas, com o apoio do consulado argentino.
O retorno dos trabalhadores foi marcado pelo cumprimento das verbas rescisórias devidas, um passo crucial para sua recuperação financeira e resgate da dignidade profissional. Dois produtores rurais de São Marcos, responsáveis pela exploração da mão de obra desses homens e que firmaram termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho (MPT), efetuaram o pagamento das verbas rescisórias na gerência regional do Trabalho e Emprego (GRTE) de Caxias do Sul. Além disso, os trabalhadores ainda receberão três parcelas do seguro-desemprego, garantindo-lhes um suporte adicional nesse momento de transição.
A operação de resgate e o retorno dos trabalhadores argentinos são desdobramentos de uma força-tarefa coordenada por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com o apoio do MPT/RS e da Polícia Rodoviária Federal (FRF). Esta ação visa não apenas resgatar os direitos violados desses trabalhadores, mas também assegurar o cumprimento das leis trabalhistas e a dignidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Essa iniciativa é parte de um esforço contínuo para garantir o respeito aos direitos dos trabalhadores safristas da colheita de 2024 na região da Serra Gaúcha, conhecida por sua produção de uva e vinhos. Detalhes adicionais sobre a operação, incluindo o número de estabelecimentos fiscalizados e outras medidas tomadas, serão divulgados pelos órgãos envolvidos ao término dessa ação.