Sandra Meneguzzo, presidente do STAF São Marcos, exigindo soluções para dívidas, Proagro e securitização diante de perdas climáticas. Confira detalhes e depoimento de Sandra

A crise enfrentada por agricultores familiares do Rio Grande do Sul, agravada por sucessivas estiagens e enchentes, motivou uma série de mobilizações em Porto Alegre. Entre os dias 20 e 22 de maio de 2025, produtores rurais, coordenadores regionais e representantes sindicais, incluindo membros da FETAG-RS, concentraram-se em frente ao Ministério da Agricultura (MAPA) para reivindicar ações efetivas do governo federal.

Sandra Meneguzzo, presidente do STAF (Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de São Marcos), destacou a gravidade da situação: “O pequeno agricultor perdeu tudo na primeira estiagem. Depois, comprou semente de novo, renegociou com o banco e plantou de novo. Depois, perdeu tudo de novo. Depois veio a enchente, levou embora. Depois compra de novo, planta… mas assim, como é que ele vai para frente? Da onde que ele vai tirar dinheiro? Ele está gastando para comprar adubos, insumos, sementes que ele não está colhendo. Então ele não está conseguindo dar o giro.”

As principais demandas do movimento incluem a renegociação das dívidas rurais, melhorias no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e a implementação de políticas de securitização que permitam prazos mais longos para pagamento das dívidas. Segundo dados da FETAG-RS, o endividamento rural no estado já ultrapassa R$ 28 bilhões, agravado pelas dificuldades de acesso ao Proagro devido a mudanças nas regras do programa .

A mobilização em Porto Alegre é parte de uma série de protestos organizados pela FETAG-RS em diversas cidades do estado. Em fevereiro, mais de 10 mil agricultores participaram de manifestações em 14 municípios, exigindo medidas de socorro imediato para os produtores afetados pela crise climática .

As lideranças do movimento alertam que, caso não haja respostas concretas do governo federal, novas mobilizações poderão ocorrer nas próximas semanas. A situação exige ações urgentes para garantir a sustentabilidade da agricultura familiar no Rio Grande do Sul.