A importância de preparar os filhos para a chegada de um irmão
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O interesse da criança pelo novo bebê varia e sofre grande influência pela forma como os adultos próximos estimulam e acolhem esse momento
A preparação pelos pais e adultos responsáveis para a chegada de um irmão diminui possíveis dificuldades de adaptação por parte da criança; a gestação é um período especial para incluir a ideia de um novo integrante da família, para conversar sobre expectativas, receios e ansiedades. Contudo, a preparação por si só não é garantia de uma adaptação tranquila e não elimina possíveis dificuldades por parte do irmão mais velho quando o bebê nasce. Imagine que a chegada de um novo membro da família é um evento de grande alegria, mas também de muitas mudanças, principalmente para quem ainda está aprendendo a manejar as próprias emoções e terá que dividir a atenção das pessoas mais importantes da sua vida com alguém ainda desconhecido.
O interesse da criança pelo novo bebê varia e sofre grande influência pela forma como os adultos próximos estimulam e acolhem esse momento. É importante estar alerta aos sinais que a criança dá para então, com sensibilidade e cuidado, acolhê-la e ajudá-la a se adaptar à essa nova etapa.
Embora você saiba que é capaz de amar cada um dos filhos, para as crianças isto ainda pode ser difícil de compreender, até porque o bebê precisará de cuidados que demandam tempo – o mesmo tempo que talvez antes fosse direcionado apenas para o filho mais velho. Nesse sentido, é importante tranquilizar a criança de que o amor que recebe dos pais não mudará (lembre-se que isso não acontecerá apenas por palavras, mas também por gestos, tempo junto, expressões de afeto).
Continue fazendo as atividades que antes fazia, brincando, acompanhando atividades e tarefas como antes. Dentro do possível, cuide para não alterar a rotina estabelecida com a
criança mais velha. Priorize passar um tempo a sós com ela sem a presença do bebê (você perceberá que ao longo da vida as crianças seguirão com necessidades diferentes e, portanto, requisitarão atenções diferentes). Acolha possíveis mudanças de humor e de comportamento, converse sobre o que ela está sentindo com essa mudança, não critique, mas sim, oriente. Com supervisão, inclua o filho mais velho na rotina do bebê, estimulando a afeição e criando oportunidades para interação entre os filhos.
Toda mudança precisa de um tempo para se reencaixar novamente; isso não seria diferente na chegada de um novo filho, mas tenha em mente que a forma como essa nova fase pode ser experimentada depende da maneira como você orientará esse percurso. Em caso de dificuldades, busque auxílio profissional.
Joana Helena Siota é psicóloga Clínica (CRP 07/26158), Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental com formação em Psicologia Cognitivo-Comportamental Infantil e Adolescente. Também tem formação em Psicologia Escolar e em Programação Neurolinguística, além de formação em Intervenção Familiar