A essência à aprendizagem se chama afetividade
A afetividade não se limita ao cuidado e carinho com os bebês e as crianças, abrange também paciência e respeito aos processos, olhar atento e escuta ativa às necessidades e muita empatia.

A afetividade não se limita ao cuidado e carinho com os bebês e as crianças, abrange também paciência e respeito aos processos, olhar atento e escuta ativa às necessidades e muita empatia. Saiba mais no artigo das professoras Fabiana Dutra de Oliveira e Paula Fernanda Bernardo da Silva
Quando se fala em educação logo vem à mente assuntos como: conteúdos, aprender as matérias, provas, trabalhos, JESMA, educação física, professor, passar de ano (ser aprovado), entre outros.
E quando o assunto é Educação Infantil, o que vem a sua mente? Cuidar, bebês, proteção, choro, fralda, colo, brincar, aprender?
Será que quando falamos em educação, seja ela infantil, ensino fundamental, ensino médio, curso superior, curso técnico, nos vem à mente a palavra afetividade?
Mas afinal o que é afetividade?
Segundo o dicionário da língua portuguesa, afetividade é um termo que deriva da palavra afetivo e afeto. Designa a qualidade que abrange todos os fenômenos afetivos. No âmbito da psicologia, afetividade é a capacidade individual de experimentar o conjunto de fenômenos afetivos (tendências, emoções, paixões, sentimentos).
A afetividade deve fazer parte da vida desde a sua concepção. Todos seres humanos, sem exceção alguma, precisam se sentir amados, respeitados, valorizados. E na educação não é diferente. Em qualquer nível da educação a verdadeira aprendizagem só acontecerá se no processo houver afetividade.
Especificadamente falando na educação infantil, desde o século passado a afetividade é um tema de interesse dos teóricos, que atualmente vem sendo estudado também na educação inclusiva e nas intervenções com os estudantes com autismo.
A afetividade não se limita ao cuidado e carinho com os bebês e as crianças, abrange também paciência e respeito aos processos, olhar atento e escuta ativa às necessidades e muita empatia. Esses fatores ajudam a criança a desenvolver confiança e segurança em si mesma e no adulto de referência (mãe, pai, avós, responsáveis, professores). Contribuem também no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e social. A afetividade é uma ferramenta importante para o amadurecimento infantil de forma geral, a ser aplicada não apenas no ambiente escolar, mas em todos os espaços em que a criança convive, especialmente no ciclo familiar.
Vygotsky diz que: “A aprendizagem não é apenas um processo cognitivo, é também um processo afetivo”.
Além de assumir um valor pedagógico importante, o afeto nas relações de ensino-aprendizagem é essencial para que as crianças se sintam seguras e acolhidas em seu primeiro ambiente extrafamiliar– a escola.
Paremos um segundo para pensar no bebê que chega na escola de educação infantil. Muitas vezes o mundo dessa criança se restringe ao convívio com sua família, a ambientes em que ela já se sente segura e protegida. E em um instante essa criança passa a conviver em um ambiente completamente diferente, com pessoas muitas vezes nunca vistas antes, com várias outras crianças, sim, ela não é mais o centro das atenções, ela passa a ser apenas mais uma criança da sala de aula, da escola, que vai dividir os cuidados e atenção dos seus professores com outras doze, quatorze ou mais crianças.
O que passa na cabeça dessa criança? Que sentimentos tomam conta dela? A empatia é fundamental para que possamos tentar ao menos imaginar como ela se sente. Por isso, não existe educação infantil sem afetividade.
É preciso acolher, ter paciência, respeitar o tempo da criança. E assim ela vai sentindo-se segura, parte daquele ambiente e logo, logo a escola torna-se um dos seus ambientes preferidos, onde tem muitas vezes seus primeiros amigos.
A formação do profissional da educação infantil precisa dar a real importância da afetividade no ambiente escolar, no processo ensino aprendizagem.
Paulo Freire defende a tese de que educar é um ato de amor. Podemos pensar diferente de Paulo Freire em muitos aspectos, porém aquele que não concorda que educar é realmente um ato de amor, certamente não nasceu para trabalhar na área educacional e muito menos na educação infantil. Mas precisamos lembrar que o ato de educar não acontece somente no ambiente escolar. Educação acontece na família, no dia a dia, nos mais diversos ambientes e situações, e que em todo e qualquer ato que gere aprendizagem é indispensável a afetividade.
Professoras:
Fabiana Dutra de Oliveira
Paula Fernanda Bernardo da Silva
Escola Municipal de Educação Infantil Pingo de Gente
São Marcos -RS